domingo, 31 de outubro de 2010

Amanhã é outro dia

Rodrigo C. Vargas

Resolvi esperar a definição de quem seria o próximo presidente para poder lançar aquilo que imagino, será a manhã do dia primeiro de janeiro para o então ex-presidente Lula. Não que o resultado altere o meu olhar, mas dá um certo charme. Não há como questionar a sua força política e espiritual do ponto de vista Weberiano. Um líder carismático como não tivemos nas últimas décadas. Acredito que o "Lulinha paz e amor" nunca mais precisará de jingles ou marqueteiros. Sua imagem está definida e portanto não arriscará colocá-la no tabuleiro de insinuações (campo político brasileiro).

Luiz Inácio cabe onde o calo aperta, secretaria-geral da ONU. Essa frase pode soar estranho, mas é só analisar os fatos e então fará sentido. Ban Ki-Moon não conseguiu reformar a instituição e muito menos trouxe de volta a moral que gostaríamos que ela tivesse (se é que um dia teve). A ONU de hoje é apenas um menino de recado dos EUA, China, Russia, França e Inglaterra. O maior exemplo está no Conselho de Segurança que tem esses cinco países como membros permanentes e que o Brasil tanto busca sentar-se ao lado. Os cinco tem o chamado direito a veto em assuntos de interesse mundial ligados aos mais diferentes conflitos, e ao mesmo tempo são os maiores produtores e comerciantes de armas do mundo. Ou seja, a meta desse grupo não seria o de mediar a paz mas a guerra, fonte de lucro.

A idéia não é minha e já saiu até no jornal britânico The Times. Parece que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante uma reunião da cúpula do G-20 foi o primeiro a levantar essa hipótese e logo ganhou adeptos.

Lula é o único hoje que pode mudar essa estrutura viciada que está posta e lutar pelo fim da miséria, por uma distribuição real de renda, pela descriminalização das minorias e pela aproximação de países pobres e ricos. Apesar dos deslizes cometidos em Cuba e no Haiti, como disse Chico Buarque hoje o Brasil não fala grosso com Bolívia nem fino com os EUA. Portanto acredito que ao acordar na primeira manhã de 2011, Lula vai virar para o lado, cutucar Dona Marisa e dizer: a arquibancada pode esperar!

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